Leishmaniose canina
O que é ? Como se transmite ?
A Leishmaniose Canina é uma doença grave e fatal nos cães, mas também pode ser transmitida a outros animais como os roedores e o Homem (zoonose), tendo apresentado em Portugal um crescimento muito significativo nos últimos anos. É seguramente um caso preocupante para a saúde pública.
A Leishmaniose canina é uma doença parasitária transmitida pela picada de mosquitos.
Em Portugal surge esporadicamente em todo o país sendo mais frequente nas regiões do Vale do
Tejo e Sado, Alto Douro e Algarve. (ver fig.1)
Surge em cães com mais de 1 ano de idade e mais frequentemente em animais de pêlo curto e/ou
que vivem no exterior.
Pode ser transmitido ao Homem pela picada do mosquito, só afectando habitualmente pessoas
com o sistema imunitário insuficiente, como indivíduos seropositivas e crianças muito pequenas. A
transmissão ao Homem nos países desenvolvidos é muito rara.
A Leishmaniose é considerada doença endémica em quase todos países mediterrânicos e da América Latina, afectando todos os continentes à excepção da Austrália e ilhas do Pacífico (onde nunca se encontrou o mosquito flebótomo).
SINTOMAS
O parasita multiplica-se na medula óssea, no baço, e nosgânglios do animal, originando um quadro de sintomas
muito variável.
Os animais afectados podem apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:
- Perda de peso e/ou falta de apetite
- Apatia e debilidade
- Seborreia, feridas que não cicatrizam rescimento rápido das unhas
- Insuficiência renal (bebem muita água e urinam muito)
- Disturbios digestivos: diarreias persistentes e/ou vomitos
- Lesões oculares (conjuntivites e lesões da córnea)
- Hemorragias nasais
- Anemia, inchaço dos ganglios linfáticos
linfático.
EVOLUÇÃO E TRATAMENTO:
A leishmaniose é uma doença de evolução crónica, que sem tratamento leva à morte do animal.
Logo que a doença é diagnosticada deve iniciar-se o tratamento. Préviamente fazem-se análises para avaliar o estado clínico do animal em questão e a sua capacidade de reagir ao tratamento. O
tratamento é seleccionado consoante o resultado das análises.
O animal pode manter uma boa qualidade de vida durante muitos anos desde que tratado
adequadamente.
PLANO DE TRATAMENTO
Embora existam vários protocolos de tratamento um dos mais utilizados consiste:
- 1º MÊS- injecções diárias de um principio activo que destrói o parasita, complementadas com medicação em comprimidos, (um fármaco estimulante imunitário e um fármaco que impede a multiplicação do parasita).
- 2º MÊS E SEGUINTES- Mantêm-se a medicação em comprimidos
É aconselhável repetir as análises para controlar a resposta ao tratamento, 3 meses após o início do mesmo.
O animal pode ficar sempre portador do parasita pelo que se devem efectuar controlos periódicos de 3 em 3 meses para prever e evitar recaídas.
As fêmeas devem ser esterilizadas porque durante o cio as suas defesas imunitárias diminuem originando recaídas.
Esta doença não deve ser deixada sem tratamento uma vez que o animal é uma fonte de contágio.
Caso os donos não optem pelo tratamento (por questões monetária ou outras), está indicada a eutanásia do animal, uma vez que de qualquer modo sem o tratamento a doença vai ser mortal.
PREVENÇÃO
- Não existe ainda vacina contra a Leishmaniose canina. -
As medidas para prevenir o contágio dos animais são:
- Uso de produtos repelententes de insectos – Scalibor®, Pulvex®, ou Advantix®
- Evitar os passeios em zonas de rios ou charcos, sobretudo ao romper da manhã e ao fim do dia, pois são períodos de maior actividade dos mosquitos.
- Assegurar um bom estado de saúde do animal, para manter um bom sistema imunitário – uma boa alimentação, vacinação e desparasitação regular.
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